Doença fibroquística da mama
É uma alteração epitelial comum, em que aumenta o estroma fibroso, com dilatação dos ductos e formação de quistos de vários tamanhos. Os quistos correspondem a nódulos palpáveis na mama que resultam de um aumento dos níveis de estrogénios ou da maior sensibilidade a estes. Geralmente são multifocais e bilaterais e o seu tamanho é variável. Constituem um risco mínimo ou sem aumento de risco para carcinoma da mama.
Fibroadenoma
É o tumor benigno da mama mais comum (1 em cada 9 mulheres), sendo a principal causa de morte entre os 35 e os 50 anos. O pico de incidência é na mulher jovem (20-30 anos), em idade fértil. Consiste num nódulo encapsulado, único, móvel, de consistência elástica, de tecido fibroso e com epitélio tipo ductal. Surgem por aumento da sensibilidade aos estrogénios. Quase nunca se tornam malignos, mas pode acontecer.
Factores de risco:
- Genéticos e ambientais (BRCA1, BRCA2).
- Menarca precoce a menopausa tardia.
- Doença quística da mama.
- Primeira gravidez tardia.
- Nulíparas.
- Radiação.
- Predisposição familiar.
- Obesidade: Formação de estrogénios (estrona) no tecido adiposo.
Carcinoma da mama
É a 2ª causa de morte por cancro na mulher (a seguir ao cancro do pulmão). É mais comum no quadrante superior externo da mama. 90% têm origem no epitélio ductal e o restante tem origem no epitélio glandular lobular.
Classificação:
- Não invasivo (In situ)- Limitados aos ductos e lóbulos, com ausência de fibrose o que dificulta a detecção por palpação;
- Invasivo (Infiltrativo)- as células tumorais atravessam a membrana basal e podem metastizar (para os gânglios e à distância: metásteses axilares, hepáticas, ósseas). Na altura do diagnóstico 50% já têm metásteses. São o tipo mais comum e incluem:
- Carcinoma ductal invasivo (mais comum - 70-80%): usualmente associado a carcinoma ductal in situ, que se estende normalmente para os gânglios linfáticos.
- Carcinoma Lobular invasivo (5-10%): tem prognóstico semelhante ao carcinoma ductal invasivo.
- Carcinoma inflamatório mamário (1-3%): muito agressivo. Mau prognóstico.
Estadios:
Estadio I- doença em estado inicial: tumor está confinado à mama (nódulos-negativo). Cerca de 95 a 98% sobrevivem 5 anos após tratamento.
Estadio II- doença num estado inicial: tumor espalha-se para zona dos nódulos axilares ipsilaterais (nódulos-negativo). 76 a 88% das mulheres vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico.
Estadio III- doença local avançada: o tumor espalha-se para as estruturas superficiais para cavidade peitoral; envolvimento dos nódulos ipsilaterais mamários internos. 49 a 56% das mulheres vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico.
Estadio IV- doença em estado avançado: metástases presentes em locais distantes como ossos, fígado, pulmões, cérebro, incluindo envolvimento dos nódulos supraclaviculares. Tempo médio de sobrevivência situa-se entre 18 e 24 meses. Entre 15 e 20% sobrevivem 5 anos após o diagnóstico.
Factores de risco:
Factores genéticos:
- História familiar (neoplasias em idades mais precoces, < 65 anos).
- Cancro da mama hereditário (mutações genéticas).
Influências hormonais:
- Idade (rara em idades <25-30 anos; o risco aumenta com a idade, estabilizando na menopausa).
- Idade da menarca (1ª menstruação) e idade da menopausa (menarcas precoces e menopausas tardias aumentam o risco).
- Idade da 1ª gestação (Nulípara (sem filhos), primeira gravidez >35 anos, não amamentação).
- Alterações mamárias benignas.
- Terapêutica hormonal de substituição (ainda controverso; risco aumenta quando duração terapêutica > 5 a 10 anos; benefícios da THS – atraso no desenvolvimento de osteoporose e protecção cardio-vascular).
- Carcinoma do endométrio.
Influências ambientais:
- Exposição a radiação ionizante (sobretudo em idade jovem).
- Obesidade, tabagismo, álcool, dieta rica em gorduras (controverso; poderá ser predisponente).
Diagnóstico:
- Nódulo mamário palpável.
- Retracção cutânea da pele suprajacente.
- Retracção do mamilo.
- Pele em casca de laranja (invasão linfática).
- Invasão do plano cutâneo.
- Corrimento mamilar (hemático, uniporo e unilateral (grande probabilidade).
Tratamento:
- Cirúrgico – mastectomia (remoção do seio) parcial ou total.
- Radio e Quimioterapia.
- Marcador tumoral: CA15.3 (controlo pós-cirúrgico). Este marcador também está aumentado em patologias hepáticas benignas.
Prevenção:
- Mamografia regular (anual depois dos 45 anos).
- Tamoxifeno – Agente quimioterápico com afinidade para os receptores dos estrogénios, utilizado no período pós-cirúrgico. Actua como um agente bloqueador, privando o tumor do estímulo dos estrogénios que sustentam o seu crescimento.
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