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Hipotiroidismo


IV – Hipotiroidismo

Etiologia

            A causa mais comum de hipotiroidismo é a tiroidite de Hashimoto, a qual resulta da destruição auto-imune da tiróide, embora a causa precipitante e o mecanismo exacto da auto-imunidade e da destruição subsequente sejam desconhecidos. O hipotiroidismo também pode ser causado pela tiroidite linfocítica, após um período transitório de hipertiroidismo. A ablação tiroidiana, seja pela recessão cirúrgica ou pela radiação terapêutica, comummente resulta em hipotiroidismo.
            O hipotiroidismo congénito ocorre aproximadamente em 1 entre 4000 nascimento, sendo que as meninas são afectadas com uma frequência duas vezes maior que os meninos.
            Cerca de 15% dos casos são hereditários. As suas causas mais comuns são os erros inatos da síntese de tiroxina (T4).
             O hipotiroidismo central, caracterizado pela secreção insuficiente de TSH na presença de baixos níveis de hormonas tiroidianas, é uma doença rara. É causado pelas doenças da hipófise ou do hipotálamo que resultam na diminuição da secreção de TSH. O hipotiroidismo hipofisário (“secundário”) é caracterizado por um número diminuído de tireotrofos funcionantes na hipófise, sendo responsável por uma diminuição quantitativa da secreção de TSH. O hipotiroidismo hipotalâmico (“terciário”) é caracterizado pelas concentrações normais de TSH ou, algumas vezes, aumentadas, porém com anormalidades qualitativas do TSH secretado. Essas anormalidades causam uma falha na actividade biológica do TSH circulante incapacitando-o de se ligar aos seus receptores.

Origem do Hipotiroidismo
Primário
Tiroidite de Hashimoto
Após ablação da Tiroide
Deficiência endémica de iodo
Secundário
Disfunção da hipófise
Tratamento com fármacos
Transitório
Pós-parto (5-10%)
Tiroidite subaguda ou silenciosa

Patogenia

            O hipotiroidismo é caracterizado pelos níveis anormalmente baixos de T4 e T3. Os níveis de tiroxina livres estão sempre diminuídos. O nível sérico de TSH está elevado. A medição do nível de TSH é o teste mais sensível para o hipotiroidismo inicial.



Manifestações Clínicas

- Fraqueza muscular (99%) e pele seca (95%);
- Apatia (91%);
- Edema das pálpebras (90%);
- Intolerância ao frio (83%);
- Diminuição da memória (66%);
- Obstipação (61%);
- Aumento de peso (59%);
- Queda do cabelo (57%);
- Edema generalizado (55%).

Diagnóstico Laboratorial

- TSH aumentado (> 20 um/L no Hashimoto);
- T4 e T3 totais e livres diminuídos;
- Ac anti-tireoglobulina e anti-microssomais (Hashimoto);
- Colesterol e Triglicéridos aumentados;
- Anemia macrocítica.

VI.1 – Tiroidite de Hashimoto

Patologia
             Nos primeiros estágios de Tiroidite de Hashimoto a glândula está difusamente aumentada, firme, endurecida e nodular. Com o progresso da doença, a glândula torna-se menor. Nos estágios avançados, a glândula está atrófica e fibrótica. Microscopicamente há destruição dos folículos tiroidianos e a infiltração linfocitária com folículos linfóides. As células epiteliais foliculares sobreviventes da tiróide são grandes, com citoplasma cor-de-rosa abundante. Conforme a progressão da doença, ocorre um aumento na quantidade de fibrose.

Patogenia

            A patogenia da Tiroidite de Hashimoto é ainda desconhecida. É possível que um defeito nos linfócitos T supressores permitam aos linfócitos T auxiliares interagir com antigénios específicos nas membranas celulares das células foliculares da tiróide. Uma vez que esses linfócitos se tornam sensíveis aos antigénios tiroidianos, são formados auto-anticorpos que reagem com esses antigénios. Então, a libertação de citocinas e a inflamação causam a destruição glandular. Os auto-anticorpos mais importantes na tiroidite de Hashimoto são o anticorpo antitireoglobulina, o anticorpo antiperoxidase tiroidiana e o anticorpo bloqueador do receptor de TSH.
            Doentes com tiroidite de Hashimoto têm com frequência aumentado o antigénio de histocompatibilidade HLA-DR5.

V – Bócio

Etiologia

Causas
Mecanismos Patogénicos
Bócio associado ao hipotiroidismo ou eutiroidismo
Deficiência de Iodo
Interfere com a biossíntese hormonal
Iodo excessivo
Bloqueia a secreção de hormona
Agentes geradores de bócio na dieta ou
Na água potável
Interfere com a biossíntese hormona
Medicação geradora de bócio
Tioamidas; Tiocianatos; derivados da
Anilina
Interfere com a biossíntese de hormona
Lítio
Bloqueia a secreção de hormona
Distúrbios Congénitos
Transporte de iodo deficiente;
Organificação de iodo deficiente devido à ausência ou redução da peroxidase
Síntese de Tireoglobulina anormal
Interrelação anormal da iodotirosina
Diminuição da proteólise de tireoglobulina
Deficiência da deiodinação da iodotirosina
Vários defeitos na biossintese hormonal
Resistência hipofisária e periférica à
Hormona tiroideia
Defeitos dos receptores (?)
Bócio associado ao hipertiroidismo
Doença de Graves
Estimulação da glândula pelo Ac TSH-R
Bócio tóxico multinodular
Hiperfunção autónoma
Tumor das células germinativas
Estimulação da glândula pela GCh
Adenoma hipofisário
Superprodução de TSH
Tiroidite
Aumento devido à lesão, infiltração e
 edema

normal

doença de hashimoto


Patogenia e Patologia

            No bócio resultante da diminuição da síntese de hormonas tiroideias, existe uma queda progressiva de T4 sérico e um aumento progressivo no TSH sérico. À medida que o TSH aumenta, o turnover do iodo pela glândula é acelerado e a taxa da secreção de T3 em relação à secreção de T4 fica aumentada. Consequentemente, o T3 sérico pode estar normal ou aumentado e o paciente pode permanecer clinicamente eutiroideio.
            Caso haja uma diminuição mais acentuada da síntese hormonal, a formação de bócio associa-se ao T4 e T3 baixo e ao TSH elevado, e os doentes tornam-se hipotiroideio.
            Nos primeiros estágios de bócio, existe um aumento difuso da glândula, com hiperplasia celular causada pela estimulação do TSH. Mais tarde, existem folículos aumentados, associados a células epiteliais foliculares achatadas e acumulação de tireoglobulina. Essa acumulação ocorre particularmente no bócio por deficiência de iodo, talvez porque a tireoglobulina escassamente iodinizada seja menos facilmente digerida pelas proteases. 

1 comentário:

  1. É uma glândula localizada na parte anterior do pescoço, bem abaixo do pomo-de-adão. Ela produz hormônios que afetam a maioria dos órgãos, incluindo o coração, cérebro, fígado, rins e pele. Quando está com hipotireoidismo", significa que você apresenta sintomas comuns, compatíveis com baixa função da sua glândula tireóide, ou seja, sua tireóide está produzindo pouco hormônio. É indispensável tratar o hipotireoidismo, pois a falta de tratamento pode ocasionar sérios danos para a sua saúde. Os riscos da falta de tratamento do hipotireoidismo diferem de pessoa para pessoa. Nos recém-nascidos (hipotireoidismo congênito), o tratamento imediato é crucial para prevenir o retardo mental, atraso no crescimento, deformações físicas e outras anormalidades importantes. Esta é a razão pela qual todos os recém-nascidos devem ser submetidos ao "Teste do Pezinho".

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