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Esofagite por Refluxo (Gastroesofágico)


Os sintomas iniciais consistem em dor torácica em queimação (pirose) devido à lesão da mucosa que se pode agravar após a ingestão de alimentos ou fármacos.

Etiologia

A esofagite surge por condições que levam a sucessivas exposições de compostos ácidos na mucosa do esófago. Estas condições (hormonas, agentes neurais, alimentos e outros) incluem distúrbios que aumentam a frequência de relaxamento espontâneo do EEI. As condições que aumentam o volume ou a pressão do estômago (aumento da produção de ácido e obstrução pilórica) também contribuem para esofagite. O café e o tabaco causam relaxamento do cárdia.
A hérnia de hiato (porção da parte proximal do estômago que desliza para a cavidade torácica) provoca ascendência do EEI e consequentemente ocorrência de refluxo.

Patologia e Patogenia

A contracção tónica do EEI permite uma barreira efectiva ao refluxo de ácido do estômago. A eficiência desta barreira pode ser alterada por perda do tónus do EEI, aumento da frequência de relaxamentos transitórios e aumento do volume do estômago, que podem tornar o refluxo do conteúdo gástrico ácido suficiente para causar dor e erosão. O refluxo recorrente pode causar lesão da mucosa e inflamação (esofagite resultante de infiltração de granulócitos e eosinófilos com hiperplasia de células basais e formação de úlceras hemorrágicas). O refluxo predispõe à ocorrência de mais refluxo devido à cicatrização do epitélio inflamado.
Em condições normais, os relaxamentos transitórios do EEI são acompanhados de aumento do peristaltismo esofágico. Assim, os indivíduos com defeitos nas vias excitatórias que promovem o peristaltismo podem correr risco aumentado de desenvolvimento de refluxo esofágico.

Manifestações Clínicas

O sintoma habitual é a pirose, agravada por uma posição deitada. Pode ocorrer desenvolvimento de estenose (estreitamento do esófago) na parte distal do esófago. A obstrução progressiva manifesta-se na forma de disfagia. Outras complicações de refluxo recorrente incluem hemorragia ou perfurações e pneumonia devido a aspiração gástrica para os pulmões.
O tabagismo e o consumo excessivo de álcool, associados ao refluxo recorrente, resultam em alteração do epitélio esofágico (escamosa para colunar), denominado Esófago de Barrett (pode levar ao desenvolvimento de adenocarcinoma).

Tratamento

1.     Diminuição da pressão no estômago (medicamentos que favoreçam esvaziamento gástrico; evitar comer muito e antes de deitar)
2.     Diminuição da acidez gástrica (antiácidos)
3.     Manutenção da pressão da cárdia (redução de consumo de álcool, café e gorduras; comer pouco de cada vez)
4.     Protecção da mucosa do esófago. 

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