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Cirrose Hepática



A cirrose é definida como uma deformação irreversível da arquitectura normal do fígado caracterizada pela lesão hepática, fibrose e regeneração nodular. Pode ser consequência da disfunção hepatocelular progressiva e da hipertensão portal.

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Etiologia da cirrose:
- Uso abusivo do álcool
- Agentes infecciosos (HBV, HCV)
- Obstrução biliar
- Insuficiência cardíaca congestiva crónica (aumento da pressão intrahepática)

Fisiopatologia:
- Aumento da síntese (alterada) de colagénio e de outros componentes do tecido conjuntivo ou da membrana basal da matriz extracelular. Este facto tem implicações no desenvolvimento da fibrose hepática, e consequente cirrose.
- A fibrose ocorre em resposta imune, é parte do processo de cicatrização e ocorre em resposta a agentes que induzem fibrinogénse primária.
- O tetracloreto de carbono ou vírus da hepatite A atacam e matam logo os hepatócitos.
- A fibrose é desencadeada indirectamente pelo efeito das citocinas libertadas pelas células inflamatórias ivasoras.
- A fibrose hepática tem duas fases:

1 - Alteração na composição da matriz extracelular: colagénio sem ligação cruzada e sem formação das fibrilas é substrituído por um colagénio mais denso e propenso à formação de ligações cruzadas. Fase reversível.
2 - Formação de ligações cruzadas do colagénio subendotelial, a proliferação de células mioepiteliais e a deformação da arquitectura hepática, com o aparecimento de nódulos regenerativo. Fase irreversível.

- O álcool compromete a síntese e secreção de proteínas e provoca lesão mitocondrial, peroxidação de lípidos, formação de acetaldeído e interage com proteínas celulares e lípidos de membrana, provocando hipóxia e citoxicidade mediada por células e por anticorpos.

- Histologicamente, há uma deformação acentuada da arquitectura hepática; fibrose em consequência do depósito aumentado de tecido fibroso e colagénio; nódulos regenerativos circundados por tecido cicatricial.

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Manifestações clínicas da cirrose:
- Hipertensão porta: Causada pelo aumento da resistência vascular intra-hepática. O fígado cirrótico perde a característica fisiológica de um circuito de baixa pressão de fluxo sanguíneo observada num fígado normal. O aumento da pressão sanguínea no interior aumenta a pressão na veia porta e causa esplenomegália.
- Ascite. A cirrose aumenta a resistência ao fluxo portal, aumenta a hipertensão portal e também a vasodilatação esplénica. Esta última faz com que haja um enchimento arterial deficiente e activa os vasoconstritores e anti-natriuréticos. Consequências: retenção de água e sódio (o que leva a um maior volume plasmático e ascite) e vasoconstrição renal, que leva a síndrome hepatorrenal.
- Síndrome hepatorrenal. Leva a aumento da creatinina e a menor volume urinário.
- Hipoalbuminémia e edema. A diminuição da albumina (devida à menor função renal) diminui a pressão oncótica no plasma e aumenta o volume interesticial. Consequência: edema.
- Varizes gastroesofágicas. A obstrução progressiva ao fluxo de sangue pelo fígado aumenta a pressão venosa na porta, aumenta o número de vasos sanguíneos que anastomosam com a veia porta.
- Encefalopatia hepática. Causada pelas toxinas no intestino (amónia, glutamina, mercaptanos). Há comprometimento da barreira hematoencefálica, tornando o SNC susceptível a vários agentes nocivos. O ácido gamaaminobutírico GABA é produzido no intestino e exibem em valores elevados. O GABA é um neurotransmissor.
- Coagulopatia - Deficiência de síntese dos factores de coagulação. Perda de actividade do fígado remover os factores de coagulação activados e os produtos de depuração de fibrina, que pode desempenhar um papel na maior susceptibilidade à coagulação intravascular disseminada. 

Consequências:
- Carcinomas hepatocelulares
- Complicações pulmonares
- Atrofia testicular
- Ginecomastia
- Angiomas aracneiformes
- Anemia crónica

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